Sim, estou decidida. Vou mudar minha vida, Cansei de remédios, dietas, emagrece-engorda, academia até quarta. Cansei. Não foi uma decisão tomada do dia para a noite. Tive milhares de dúvidas. Pensei centenas de vezes. Pesquisei. Mudei de médicos. Pedi orientações a profissionais, amigos, médicos pessoais. Medo? Claro... faz parte!!! Mas estou decidida. Criei este blog à 29 dias da cirurgia, 14 de agosto de 2013, para tentar ajudar as pessoas que cogitam em fazer a cirurgia bariátrica.
Saiba como tudo começou clicando aqui...

domingo, 22 de junho de 2014

Sobre a depressão...

Cada dia que passa vejo a quantidade de pessoas que assumem ter depressão, síndrome do pânico, crises de ansiedade...
Quando meu pai morreu, há quase 6 anos, eu, que já era muito ansiosa, caí numa depressão fortíssima, que evoluiu para síndrome de pânico que quase acabou com a minha vida... Descontava tudo em compras, pintava cada semana o cabelo de uma cor, entrava e saia de empregos como quem entra e sai de um shopping, engordei horrores, não tinha vontade de levantar da cama, não tinha mais planos, fiquei doente e, juro, esperava a morte. Mas para os amigos e a família, eu estava bem, botava um falso sorriso no rosto e levantava arrastada da cama... Tinha vergonha de assumir que eu estava doente. "Depressão é coisa de gente maluca, desocupada", infelizmente é assim que as pessoas taxam! Várias vezes me culpava por ter tomado decisões erradas em minha vida! Me sentia um lixo.
Procurei um médico, fiz terapia, tomei remédios (que me ajudaram bastante)...
Enfim, descobri que depressão é doença de pessoas fortes, de pessoas que dão a cara para bater, que correm atrás, que enfrentam a vida de peito aberto, que não tem medo de errar, que VIVEM a vida de todas as formas...........  mas o corpo é finito e da sinais de cansaço, manda avisos...
Teve dias que eu tinha a sensação que estava parando de respirar dentro do carro fechado no congestionamento (e por isso sai de 2 empregos), cinema que tanto amo havia se tornado um martírio, do 15° andar ao térreo no elevador sem respirar, se ficava de pé a sensação que eu iria cair a qualquer momento, a sensação iminente de morte, a dificuldade de dormir, o medo do coração parar, suar frio constantemente, tremer, chorar... O mundo era cinza e triste!
Aí um dia, há 1 ano, depois de uma retirada de um aneurisma no baço, olhei para os meus filhos e me prometi sair dessa. Não estou curada, muitas vezes tenho que respirar fundo, manter o controle, parei com o remédio para poder me concentrar melhor nos estudos, tá um pouco difícil, mas ainda continuo na terapia (minha válvula de escape!). Hoje acordo disposta, feliz, cheia de planos, cheia de amor e vontade de ajudar o próximo, estou mais sensível, estou me cuidando, me sentindo melhor, e o principal é que aprendi que a vida é verdadeiramente uma montanha russa, cheia de altos e baixos, e quando estamos no "baixo" temos que aproveitar para aprender...
Estou me expondo? Sim. Mas é por um bom motivo... Quero ajudar meus amigos queridos (muitos) que estão passando pela mesma fase (você não está sozinho). Não é frescura ter depressão, é estar vivendo. Seja forte, seja otimista, e sobretudo, independente de religião ou falta dela, tenha fé!!! Neste período a fé nunca me abandonou, e é algo que vem forte e inevitavelmente de dentro! E quem acredita (ou não) em Deus... Acreditem, ELE EXISTE, e está dentro de cada um de nós e é capaz do impossível!!!
Outra coisa, não há melhor remédio no mundo do que ajudar o próximo!!! É o melhor remédio, a melhor terapia, e o melhor e mais libertador sentimento do mundo!


segunda-feira, 16 de junho de 2014

9° e 10° meses

Puxa, faz tempo que não escrevo aqui... Já estava sentindo saudades!!!
É que esses últimos meses foram um pouco atribulados (minha mãe doente, preocupações financeiras, probleminhas de família etc). Além disso, seguindo as metas de vida que me impus, comecei a fazer cursinho para prestar concurso público.
Mas vamos ao que interessa...
Em maio estava com 73,8 quilos, ou seja, perdi só 1 quilo entre abril e maio, abaixo do esperado, mas mesmo assim estava pesando menos que a simulação da médica, que era 74,6 quilos.
Mas por que emagreci menos que a média, que era 1,9 quilos?
Além das preocupações, e dos chocolates e biscoitos todos os dias, meu psicoterapeuta resolveu mudar minha medicação. Eu tomava Luvox, e ele receitou Mirtazapina. Na bula e na internet dizia que esse medicamento poderia causar aumento de peso, mas eu não me preocupei, pois eu não conseguiria comer muito mesmo. No entanto, com 1 semana tomando o remédio, eu estava igual aquelas loucas assaltando a geladeira, comendo tudo que encontrava na minha frente. Era até engraçado, pois meu estômago não aguentava tanta comida, aí eu vomitava e ia comer de novo, tinha muitaaaa fome, fora que ele me deixava como se eu tivesse em outro mundo, flutuando, dispersa, dificuldade de me concentrar.
Então eu resolvi parar o remédio por conta própria. Tinha Fluxetina em casa e comecei a tomar até voltar no médico. Quando voltei ele me deu a maior bronca, disse que eu ia jogar anos de tratamento no lixo, que as crises de pânico e ansiedade iam voltar. Mas resolvi assumir o risco. Então ele continuou com a Fluxetina.
Bom, não sei se estava preparada para parar de tomar remédios, não sei se era o momento certo. Às vezes tenho a sensação que o pânico vai voltar, sinto muita angústia, ansiedade e dor no peito... Nessas horas faço o exercício de respiração, tento meditar, alivia um pouco. Também combinei de começar no próximo grupo de terapia agora em julho. O fato é que uma hora eu tinha que enfrentar meus monstros sem remédio, como disse, não sei se era a hora por tantos problemas e preocupações que estou passando, mas uma coisa foi boa: estou conseguindo me concentrar melhor nos estudos!
Agora, dia 14 de junho, completou 10 meses da cirurgia. Perdi 2,6 quilos em 1 mês, estou com 71,2 quilos. Desde o dia da cirurgia perdi cerca de 36 quilos!!!
Muitas pessoas falam que eu pareço ter bem menos que os 70 e poucos, mas tenho estrutura grande, ossos pesados, dna da família! Todos dizem que estou ótima, que não preciso perder mais, mas eu explico que não depende de mim. Quem faz bariátrica perde peso até o 18° mês, para depois estabilizar, e eu ainda tenho 8 meses pela frente.
Agora pude comprovar que, depois da estabilização, realmente a pessoa engorda se não manter uma alimentação balanceada. Não precisa fazer dieta, mas é imprescindível comer adequadamente.
Em abril/maio, por causa do remédio, eu estava comendo muito biscoito, cookie, levava de lanche para o cursinho, como consequência emagreci só 1 quilo. Depois do susto e de suspender o Mirtazapina, eu passei a comer mais frutas, inclusive levando frutas para o lanche, e deixando as "besteirinhas" mais para os fins de semana, aí emagreci em maio/junho 2,6 quilos...
Estou tomando café da manhã direitinho (nem sei mais ficar sem!), lanchando depois, como consequência estou conseguindo almoçar melhor, sem vomitar. Um dos segredos é tomar algo quentinho antes do almoço. Parece que esse "quentinho" aquece e prepara o estômago.
Esses dias estava sentindo muitas dores no estômago, principalmente na "boca do estômago". Mandei um Whatsapp (que chique!) pra minha médica, e ela imediatamente respondeu me orientando a tomar, além do Omeprazol dobrado, o Motilium de 8 em 8 horas. Esse mês tenho retorno com ela.
Além disso, ando com umas tonturinhas, enxaqueca, falta de ar, arritmia e a sensação que minha pressão está alta... Não sei se é por causa do remédio que parei, se é a labirintite, o tempo louco, os 3 gatos que adotei (asma), as preocupações, o psicológico, ou tudo junto...
O fato é que a bariátrica não foi a solução para todos os meus problemas, mas me ajuda bastante enfrentar toda essa turbulência com mais segurança, força, fé e autoestima.
Fora tudo isso estou me sentindo ótima como mulher, como há anos e anos eu não me sentia ;-)

Minha selfie mais recente ♥