Sim, estou decidida. Vou mudar minha vida, Cansei de remédios, dietas, emagrece-engorda, academia até quarta. Cansei. Não foi uma decisão tomada do dia para a noite. Tive milhares de dúvidas. Pensei centenas de vezes. Pesquisei. Mudei de médicos. Pedi orientações a profissionais, amigos, médicos pessoais. Medo? Claro... faz parte!!! Mas estou decidida. Criei este blog à 29 dias da cirurgia, 14 de agosto de 2013, para tentar ajudar as pessoas que cogitam em fazer a cirurgia bariátrica.
Saiba como tudo começou clicando aqui...

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Agora é só esperar o dia D...

Faltam 14 dias... Ai que iceberg na barriga!!! :-)

Ontem fui ao Imec. Última consulta com a psicóloga, foi ótimo! Me senti muito à vontade, por mim passaria a tarde toda conversando com a Donzilia. Eu falei pra ela que estou aproveitando esses dias para comer tudo que eu gosto e ela disse para eu não sentir como se fosse a última vez, pois passado o tempo da recuperação e adaptações, eu vou poder comer de tudo, só que em menor quantidade.
Contagem regressiva para o fim da gula :-)
Confessei que meu maior medo é que aconteça algo comigo, pois meus filhos são muito apegados, e precisam muito ainda de mim (e eu deles). Ela respondeu que tudo depende de mim, que preciso ter força de vontade, comer tudo certinho, que os pontos demoram cerca de 3 meses para cicatrizar... Me disse ainda que no ano passado ela soube de duas pessoas que vieram à óbito depois da cirurgia (não eram pacientes do Imec). Uma delas não aguentou a vontade de comer pizza e bateu no liquidificador. Houve complicações depois disso.
Seguir certinho as orientações da nutricionista e a dieta é FUNDAMENTAL!!!!
A Donzília vai me acompanhar sempre, e se colocou à disposição em todo o processo da Gastroplastia, antes, durante e depois. Me senti muito segura!
OBS: Na primeira consulta a psicóloga fez um monte de perguntas pessoais, meus hábitos alimentares, motivo pelo qual decidi fazer a bariátrica... Enfim, perguntou tudo sobre a minha vida.
Também passei em consulta com a Wilamar, a fisioterapeuta. Fiz a Prova de Função Pulmonar. Foi rápido, mas meio chatinho. Tenho boa capacidade pulmonar, mas como já sabia, não utilizo toda a capacidade de meus pulmões. Sei que não atingi os 100% no teste, foi cansativo. Acordei hoje com dores nas costas ao respirar fundo, acho que foi devido o teste de ontem...
Hoje fui na consulta com o dr. André, o cirurgião vascular que me operou do aneurisma. Levei a tomografia do abdomen, para ver como estava o stent que coloquei na artéria esplênica e me liberar para a Gastroplastia. Estava tudo perfeito, graças à Deus! Como ele disse: "vida normal". Me deu a cartinha autorizando e disse que queria me ver em 6 meses, magra!
Sai da consulta, liguei na Central Nacional Unimed para saber o andamento da solicitação da cirurgia... Tudo autorizado!!!
Dia 12 volto com a dra. Carina para uma consulta antes da cirurgia e tirar as medidas para a meia de compressão... E dia 14 de agosto, enfim o começo de uma nova fase!
Ai, ai, ai... nessas alturas já estou com o Pólo Sul na barriga!!! :-)


terça-feira, 23 de julho de 2013

Vamos falar da fisioterapia

Não é apenas fazer a cirurgia de redução de estômago. Você precisa passar por uma equipe multidisciplinar.
Quando soube disso, de imediato, confesso, achei desnecessário. Quando fui conhecendo o processo da cirurgia, as mudanças não só físicas e nutricionais, mas principalmente psicológicas que o paciente passa, passei a ter certeza que esse acompanhamento é imprescindível.
No meu caso, precisei passar com a fisioterapeuta, a nutricionista e a psicóloga. As três consultas iniciais fiz no mesmo dia na Clínica Imec mesmo.
Vamos primeiro falar da fisioterapia. A consulta foi com a Wilamar. Mas e o que fisioterapia tem a ver com cirurgia bariátrica? Eu também me fazia a mesma pergunta que se desfez no primeiro minuto da consulta: o obeso não respira direito, afinal a gordura pressiona o diafragma, pulmão, e a pessoa precisa aprender a respirar corretamente... Óbvio!!!
A fisioterapeuta fez várias perguntas:
- Você bebe bebidas alcoólicas?
- Não.
- Você fuma?
- Não.
- Você toma anticoncepcionais?
- Não.
- Você faz atividades físicas?
- Não.
- Você é triste. Sabia?
- (espantada) Sabia...
Quer dizer... Sabia e não sabia... Exceto pela atividade física que é sempre boa, não beber, não fumar e não tomar anticoncepcionais não me faz faz triste de quem faz todas essas coisas. Aliás, ODEIO cigarro e aprendi a me divertir sem precisar colocar uma gota de álcool na boca! Quanto a anticoncepcional, nunca me dei bem com eles... Casada, optamos por outras alternativas. Triste, sim, mas por outros motivos. Também sou feliz... Sei que ela falou na brincadeira!
Santo Respiron!
Depois das perguntas, a Wilamar me passou o Respiron para me exercitar todos os dias a partir do dia seguinte até depois da cirurgia, dessa forma:
1º ao 10º dia - Intensidade 0
11º ao 20º dia - Intensidade 1
20º dia até cirurgia - Intensidade 2 (e se conseguisse, passar para a 3)
Após cirurgia ficaria a critério da fisioterapeuta.
Além do exercício com o Respiron 2 ou 3 x ao dia em séries de 10, ela passou os seguintes exercícios para fazer 1 vez ao dia (5 vezes cada exercício):
1) Inspirar lentamente pelo nariz até sua capacidade e expirar lentamente pela boca (fazendo "biquinho") soltando todo o ar dos pulmões;
2) Inspirar lentamente pelo nariz até sua capacidade, levantando os braços ao mesmo tempo, e expirar lentamente pela boca (fazendo "biquinho") soltando todo o ar dos pulmões, abaixando os braços;
3) Inspirar lentamente pelo nariz levantando os braços até a metade, parar, e voltar a inspirar até os braços chegarem em cima, e expirar lentamente pela boca (fazendo "biquinho") soltando todo o ar dos pulmões, baixando os braços;
4) Inspirar lentamente pelo nariz até sua capacidade, prender a respiração por 20 segundos, e expirar lentamente pela boca (fazendo "biquinho") soltando todo o ar dos pulmões;
5) Exercícios de alongamento para as pernas: mexer os pés para frente e para trás, para os lados e em movimentos circulares.
Depois que comecei a fazer esses exercícios, passei a cansar muito menos, ter mais fôlego e dormir muito melhor, pois faço os exercícios antes de dormir, até meus filhos fazem comigo e adoram!

domingo, 21 de julho de 2013

O pecado da gula

Eu ainda não parei para pensar qual a minha verdadeira relação com a comida... Sei que, por incrível que pareça, eu gosto mais de água que chocolate, não sou muito fã de massas e pães, adoro saladas e grelhados, só tomo refrigerante light, não suporto bolachas recheadas, ou seja, não tenho uma mente gorda (pelo menos eu acho!).
Pensando nas coisas que me dão mais prazer que comida, tem uma lista enorme: curtir meus filhos e sobrinhos, namorar, beijar, a companhia da família e dos amigos, praia (com sombra e água fresca), dançar, uma inspiradora comédia romântica, uma comédia de rir do início ao fim, ouvir o bom e velho rock in roll no volume máximo dirigindo (sem trânsito, claro!), comprar sapatos, fazer piquenique no parque Villa-Lobos, jogar vôlei, viajar, ler um livro emocionante, brincar com meus cachorros, uma tarde toda no cabeleireiro, massagem relaxante, poder ajudar aos outros... tem tantas coisas que gosto mais que comer!!!
Mas por que eu como muito? Por que eu engordo? Cheguei à conclusão que é porque eu não tenho feito as coisas que eu gosto, ou porque tenho feito muito pouco, ai o que me resta é comer. A frustração de não estar vivendo da maneira que eu quero me faz pensar em comer, é mais fácil ir ao supermercado ou pedir delivery, né? A Josi também cozinha muito bem e faz tudo que eu peço...
Confesso que como vou operar, esse último mês eu tenho comido mais do que deveria, pois vai demorar um pouquinho para eu poder comer certas coisas. Por exemplo, amo ir ao rodízio de sushi, mas depois que operar sei que vou ter prejuízo em ir a qualquer rodízio. Hoje fomos ao Restaurante Camauê, comida divina, self-service com sobremesas maravilhosas inclusas. Comi tanto, mas tanto, que acho que só vou conseguir comer de novo depois de amanhã. Foi a gula.
Morar em São Paulo também é uma tentação.
Eu curto gastronomia, mas preciso aprender a comer... sei que comer bem não é comer muito!
Sei que vou ter muito trabalho e muita força de vontade para me reeducar a comer. Mas o meu desafio principal será voltar a fazer coisas que eu gosto para não usar a comida como válvula de escape e, infelizmente, isso não depende só de mim!
Tem uma frase que li num dos sites de dieta que diz assim: "Faça amor, não faça macarronada" (em alusão ao famoso "Faça amor, não faça guerra")... Acho que é bem por ai :-)

ps: Hoje me deu aquele frio na barriga. Faltam 23 dias!!!

Adorei esta imagem...
É bem a minha cara!!! kkkkkkkk



sábado, 20 de julho de 2013

Exames pré-operatórios

Quase todos os exames pré-operatórios podemos fazer na própria Clínica Imec, o que facilita bastante. Os únicos que não fiz lá foram os de sangue (que optei por fazer nos laboratórios Delboni Auriemo Omni Ccni).
Fiz os primeiros exames 10 dias após a primeira consulta, até porque tinha que levar meu marido junto para fazer a endoscopia e ele só poderia ir num sábado.
Os exames solicitados são:
Exames de sangue
- Endoscopia digestiva alta com biopsia para pesquisa de H.Pylori
- Ecodopplercardiograma
- Ultrassom de abdomen total
- Ultrassom da tireoide
- Ecodoppler venoso dos membros inferiores
- Prova de função pulmonar (solicitado pela fisioterapeuta)
- Densitometria óssea
- Exames de sangue (a lista está na figura ao lado, e está escaneada pelo meu celular, por isso sem muita qualidade na imagem)
Obs: Precisei fazer um exame de sangue chamado "Cortisol pós dexametasona". Tive que tomar dois comprimidos de Dexametasona de 0,5 mg, um dia antes do exame, às 23h. O sangue precisa ser colhido no outro dia entre 8h e 9h.
Já estava com a autorização do meu querido cardiologista, dr. Paulo Chaccur, que indicava a cirurgia bariátrica, até pelo meu histórico familiar de problemas cardíacos (ele foi o médico do meu pai, e é médico da minha mãe aqui em São Paulo).
Meu psicoterapeuta, dr. Edmundo Clareifont, também me apoiou à fazer a cirurgia.
No total, precisei de 3 dias para fazer todos os exames no Imec e passar pela equipe multidisciplinar (nutricionista, fisioterapeuta e psicóloga).
Nos próximos posts conto como foram as consultas com a equipe multidisciplinar, e as orientações de cada uma profissional do pré e pós-operatório.
É importante informar que apesar de existir uma lista de exames pré-estabelecidos para quem vai fazer a cirurgia, acredito que para cada paciente existe uma necessidade. Por exemplo, como eu já estava com a autorização do meu cardiologista que me acompanha há 6 anos, e o fato de fazer exames cardiológicos de rotina constantemente, não precisei fazer outros exames cardiológicos.
A única coisa que a dra. Carina me pediu foi uma autorização do meu cirurgião vascular, já que eu fiz a cirurgia do aneurisma recente (em maio). O dr. André aceitou me dar essa autorização desde que a tomografia pós-cirúrgica desse tudo ok. Ainda aguardo o resultado do exame que fiz semana passada para levar na consulta com ele e pegar a autorização para a bariátrica...


sexta-feira, 19 de julho de 2013

Mudança de planos

A primeira consulta com o dr. Luiz Carlos foi em abril. Consegui marcar a auditoria da Unimed para o final de maio. Pelas minhas contas, caso a Unimed Paulistana autorizasse a cirurgia, eu ia operar no final de novembro, ou seja, perto do fim de ano. Tudo bem, eu estava disposta a enfrentar a restrição alimentar inicial durantes as festas, mas seria muito mais difícil. Por quê tornar mais difícil algo que já não é tão simples?
No meio disso tudo, meu médico vascular me avisou que eu precisava operar o quanto antes, pois corria o risco do aneurisma romper. Era uma cirurgia de emergência e a Unimed Paulistana demorou quase 1 mês para autorizar. Quase enlouqueci. Lembro que no dia que estava marcada a cirurgia, 7h da manhã eu estava ligando para saber se já haviam autorizado, e corri para o Sírio Libanês para ser operada.
Eu não precisava ter passado por aquilo, afinal a minha Unimed não é Paulistana, e sim a Central Nacional, que possui um 0800 próprio para atender aos usuários da empresa que meu marido trabalha, é rápida e eficiente. Mas eu não sabia disso. Fui saber no dia da minha cirurgia de aneurisma.
Quando tive alta, no outro dia liguei para esse 0800 e expliquei que eu precisaria fazer uma cirurgia bariátrica e se eu precisava mesmo passar pela auditoria da Unimed Paulistana, e os 6 meses de espera, já que a minha era Central Nacional. A atendente me explicou que se eu fosse fazer com o dr. Luiz Carlos, eu teria que passar por toda burocracia da Unimed Paulistana sim, já que ele era credenciado desta Unimed e não da Central Nacional, MAS que a Clínica Imec, no Ipiranga, estava cadastrada pela Central Nacional e se eu quisesse poderia fazer por ela sem precisar passar pela Paulistana.
Pesquisei sobre a clínica. Logo marquei a consulta com a dra. Carina Fernandes. Fui à consulta uma semana depois. Adorei a consulta, adorei a Clínica, adorei a médica e as atendentes. Eu ia fazer tudo por lá, inclusive os exames (em outro post coloco a lista de exames solicitados), exceto os de sangue, que faria em outro laboratório de minha preferência.
Bypass Gástrico
A dra. Carina opera com o dr. José Rubens Arnoni. A equipe opera também no Hospital Santa Rita. A diferença é que optamos por fazer o Bypass Gástrico, que é a cirurgia de redução de estômago mais frequentemente realizada, sendo também conhecida como Gastroplastia em Y de Roux ou Fobi-Capella. Consiste em separar o estômago de maneira a diminuir a capacidade, dando uma saciedade precoce, também desvia um pouco o intestino, absorvendo menos os alimentos.
Por que escolhemos este método? Porque já é uma cirurgia realizada há muitos anos, tem resultado de longo prazo favorável, diminuindo os riscos e aumentando a qualidade de vida.
Sai de lá com os exames já marcados, bem como a equipe multidisciplinar (psicóloga, nutricionista e fisioterapeuta).
A cirurgia estava cada vez mais próxima.

Ah, ia esquecendo...

Por que uma gordinha não pode ter cabelo curto???
Bom, eu sempre fui considerada uma pessoa estilosa, e detesto rótulos, também detesto aquele negócio: "é muito velha pra isso", "é gorda pra aquilo", "é baixa pra... é feia pra...".
Minha "hair stylist" e amiga Ariane sempre me incentivou a usar cabelos curtos.
Estava ruiva e com cabelos deixando crescer, mas ai deu aqueles 5 minutinhos e voltei assim pra casa...



quinta-feira, 18 de julho de 2013

Primeiras consultas

Então, como falei anteriormente, a Rê me indicou o dr. Luiz Carlos de Castro, da Clínica Terenas, na Mooca. Antes de marcar consulta eu pesquisei bastante sobre ele, e minhas impressões foram extremamente positivas.
Quando falei para minha família que ia marcar consulta, todos foram super contra. Alguns nem me levaram a sério. As únicas que me deram força foram minha irmã, a Josi e minha cunhada Ana. Meu marido inclusive me esnobou e minha mãe fez terrorismo. Mas como eu já sabia como eles eram, nem perdi meu tempo me importando com a opinião deles.
Aqui abro um parêntese para falar um pouco do meu pai. Por que eu amava (E AMO) tanto, tanto, tanto, meu pai? Porque ele me ensinava as coisas da vida de uma maneira leve, por que ele me dizia que eu estava errada com um carinho sem igual, porque nunca se colocou acima de mim, nem mais importante por ser meu pai, porque mesmo sabendo que eu ia quebrar a cara, ele sempre deixou bem claro que ele estaria lá para me acolher, porque ele nunca menosprezou minhas opiniões e nunca me julgou. Se eu dizia que ia fazer algo que ele sabia que não ia dar certo ele dizia: "Filha, você é uma das pessoas mais inteligentes que conheço, você sabe bem das possibilidades de isso dar errado, pense bem antes de tomar qualquer decisão. Mas se mesmo assim você quiser tentar, eu estarei aqui se der certo e principalmente se não der...". Assim, ele me convencia que eu estava fazendo burrada, ou me deixava tranquila para ter minhas próprias experiências, pois se eu errasse ele seria o primeiro a me dar as mãos para levantar. Enfim, ele era meu norte, meu sul, meu leste, meu oeste, minha razão e minha emoção... O problema é que ele não nos preparou para perdê-lo assim tão de repente. Ai vocês imaginam como fiquei sem chão quando se se foi. Sem chão e sem meu amigo.
Mas voltando à consulta, um dia antes de marcá-la, eu tive uma "conversa" com meu pai, pedi que ele me orientasse, que caso não fosse para eu fazer, que eu me sentisse angustiada e insegura para marcar, mas caso fosse esse meu "destino", que eu marcasse bem confiante e feliz. No outro dia acordei com uma disposição que há tempos eu não tinha, nem levantei da cama e já peguei meu celular para marcar a consulta. E assim foi.
Gastrectomia Vertical ou Sleeve
Chegou no dia da consulta as atendentes foram bem atenciosas. Logo fui atendida. O dr. Luiz Carlos é muito sério (mas eu gosto de médicos sérios!), me falou um pouco da cirurgia. Que a melhor opção para mim seria a Gastrectomia Vertical ou Sleeve, que é a técnica mais recente aprovada. Nela eles retiram boa parte do estômago, que fica "tubolizado" (como mostra a figura), e não se desvia o intestino, com o benefício de não alterar a absorção de vitaminas e nutrientes.
Além disso, ele explicou como era o processo todo. Ele iria pedir os exames pré-operatórios (muitos), fez uma carta para eu entregar quando fosse na auditoria da Unimed (que fica na Vila Mariana) indicando a cirurgia pelas complicações da obesidade mórbida (que palavra feia!!!).
Depois que eu marcasse a auditoria na Unimed demoraria uns 6 meses para autorizarem a cirurgia. Nesse período eu frequentaria a equipe multidisciplinar (psicólogo, nutricionista e fisioterapeuta).
O hospital da cirurgia seria o Santa Rita, referência nesse tipo de cirurgia.
Vale ressaltar que essa burocracia da auditoria e dos 6 meses de espera (no mínimo) só acontece com a Unimed Paulistana, em outros convênios, os trâmites são bem mais fáceis e rápidos.
Quando marquei a auditoria, só consegui marcar para depois de 1 mês, ou seja, minha cirurgia só seria realizada em no mínimo 7 meses.
Uma informação bem útil: para fazer a cirurgia pelos convênios você precisa ter o IMC de 35 a 40 (obesidade severa) tendo doenças relacionadas à obesidade (hipertensão, diabetes, dores nas pernas etc) comprovadas por indicação de seu médico e/ou receitas médicas, e comprovação que você fez tratamento com médico endocrinologista por no mínimo 5 anos, sem sucesso. Se você tiver o IMC maior que 40 (obesidade mórbida), a cirurgia é feita sem necessidade de nenhuma comprovação.
SAIBA QUAL SEU IMC AQUI.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Não foi do dia pra noite

Divido minha vida em duas grandes fases: antes casamento e pós casamento. Entre essas duas fases existiram outras tão ou mais importantes, e extremamente marcantes, que foram quando eu fui mãe e quando meu pai morreu. Esses dois acontecimentos marcaram minha vida de uma maneira irreversível.
Ser mãe foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Nasci pra ser mãe. O meu melhor papel é o de mãe. Se sou boa em algo, esse algo é ser mãe... Mãe... Mãe!
Esse amor todo nasceu quando meu filho nasceu. Foi fulminante, quando olhei a primeira vez nos olhos do meu filho (não me sentia mãe quando estive grávida dele). Com a minha filha já foi um amor construído, planejado, mas não menos arrebatador.
Minha avó paterna teve uma dúzia de filhos, e eu sempre quis seguir seu exemplo. Ter uma casa cheia. Ter muitos netos. Um Natal animado. A "matriarcona"... Mas meu marido podou esse meu sonho, não que ele não queira mais filhos, mas porque sempre ele coloca uma condição para termos mais (temos visões muito diferentes sobre este "assunto"). E assim o tempo vai passando e eu não sou mais aquela garotinha de 20 anos que pode ter filhos como uma coelha.
Assim, quando percebi que não ia ficar grávida, começou a amadurecer em mim a ideia de emagrecer de verdade e definitivamente. Comecei a pesquisar, fuçar, perguntar.
Cirurgia bariátrica era algo muito distante da minha realidade, até porque sou muitoooo medrosa. Me dava falta de ar só de pensar em cortarem meu estômago. Se nas duas cesáreas eu já sofri muito, imagina uma cirurgia onde iam tirar uma parte de um órgão tão importante!!!
Mas ai começou a ser cada vez mais frequente o número de conhecidos e conhecidos de conhecidos que estavam realizando esta cirurgia. Até que um dia uma amiga do meu marido me adicionou no facebook. De início nem a reconheci se não fosse pelo nome. Estava linda!!! Muito diferente, magra, feliz... A chamei no chat e perguntei  que ela havia feito. Ela foi um amor comigo. Disse que havia feito a bariátrica, me explicou um monte de coisas, disse que não era "um bicho de sete cabeças", me indicou um médico e disse a frasezinha mágica: "foi a melhor coisa que fiz na vida". Foi meu start.
Dai procurei as outras conhecidas que também haviam feito, e todas me disseram a frasezinha mágica: "foi a melhor coisa que fiz na vida", "faria tudo de novo", "minha vida mudou completamente", "tudo vale à pena"...
Logo lá estava eu no médico que a Rê me indicou. Chegando na clínica Terenas, ainda pensei em desistir. Havia muitas pessoas bem mais obesas que eu. Realmente me senti magra lá. Quando o médico me atendeu, eu comecei: "Sabe doutor, eu estou um pouco acima do peso...", no que imediatamente ele me disse: "Me desculpe, mas você não está um pouco acima do peso, você está obesa!"... Fiquei em choque. Foi a primeira vez que alguém falou aquilo na minha cara. Caiu a ficha.
Sai de lá com um maço de solicitações de exames pré-operatórios, uma palestra sobre a cirurgia agendada, e já marquei a auditoria na Unimed. Sim, tudo já estava tomando forma. Isso foi em abril deste ano.
O problema era que pela Unimed Paulistana eu teria que esperar pelo menos 6 meses para fazer a cirurgia depois da autorização da auditoria do convênio, mas tudo bem, eu ainda teria que passar por outra cirurgia antes...
Em 2010 eu comecei a sentir uma dores difusas na barriga e estômago e resolvi marcar um gastro. Fiz endoscopia que acusou uma leve gastrite. Tratei, mas as dores não passavam, só aumentavam.
Um certo dia, senti uma dor tão forte na barriga que corri para o PA do Hospital São Camilo. O médico suspeitou de apendicite e fiz uma tomografia abdominal. Além de uma hérnia umbilical, eu tinha uma esteatose (gordura no fígado) e uma formação inespecífica na artéria esplênica (baço), mas nada preocupante. 
Passou um ano e nada das dores passarem, mudei de médico que passou uma nova tomografia. Dessa vez a formação inespecífica tinha um nome: aneurisma na artéria esplênica. Procurei um cirurgião vascular, por sinal, um excelente médico, dr. André Simi, e no dia 13 de maio desse ano operei no Sírio Libanês. Foi uma cirurgia tranquila, tomei a temível anestesia geral, mas perfeita. Dai perdi quase que todo o medo de cirurgias. A decisão já estava tomada.

Vidas da minha vida!


Me apresentando...

Oi gente,
A ideia do blog veio há muito tempo, aliás, desde que resolvi fazer a "temível" cirurgia bariátrica, mas confesso que estou preguiçosinha, para não dizer sem energias... É a tal da deprê!
Não sei se a "deprê" veio da obesidade, ou a obesidade veio da depressão... Na verdade, veio tudo junto e misturado. Vou falar um pouquinho de mim.
Tenho 36 anos (com cabeça de 20), dois filhos que são minha vida. Sou paraense e moro em São Paulo há 10 anos. Casada. Atuo na área de comunicação, mas não estou trabalhando. Faço faculdade de turismo.
Larguei família, amigos, emprego... Tudo, tudo em Belém, por amor.
Mas minha vida nesses últimos 10 anos não é um mar de rosas. Apesar da minha família e amigos estarem sempre muito presentes (bendita internet), sempre me senti muito só. Amo meu marido, mas nosso casamento é a maior causa das minhas instabilidades emocionais e hormonais (digamos assim!).
Tenho filhos lindos. Meu mais velho é meu amigão, minha pequena é geniosa, mas muito meiga. Tenho uma pessoa que é meu braço esquerdo, direito, pernas, coração e pulmão, que é a Josi, cuida dos meus filhos, da casa, de tudo... Pois meio que "abandonei" por um tempo essa vontade! Meus três cachorrinhos fofos. Meu sogro que é um amor, mas também fonte de preocupação com sua saúde... É, tenho mais que agradecer que reclamar... O problema é que me preocupo muito com o futuro e esqueço de curtir os prazeres do presente... A tal da ansiedade!
Mas, vamos lá. Só fui magra quando criança. Minha mãe me chamada de "Olívia Palito" (olhem que menininha linda!!!), e me entupia de remédios para abrir o apetite. Na adolescência comecei a engordar, mas nunca fui obesa. Sempre fiz dietinhas.
Fui engordar realmente de uns 7 anos pra cá, gradativamente. O sentimento de "solidão", as insatisfações pessoais e profissionais, perdi minha avó de uma maneira muito trágica. Em 2008 tive o maior sofrimento da minha vida: meu pai faleceu em outubro. Ele era meu melhor amigo, minha fortaleza, meu herói... O melhor pai do mundo! Eu estava aqui em São Paulo e ele em Belém. Até hoje me culpo por todos os momentos que não estive com ele... Pronto. Daí a balança disparou. Larguei um emprego ótimo. Não tinha vontade de levantar da cama... E tudo isso tinha que disfarçar para não passar para os meus filhos.
Todos os problemas de saúde apareceram nesta época. Meus triglicerídeos chegaram a 1.123. Antes do meu pai falecer, eu tinha cerca de uns 70 quilos (tenho 1,63 de altura). Frequentei nutricionista, endocrinologista, fiz dietas mirabolantes, tomei todos os remédios para emagrecer da moda. Passei muito mal com remédios. No fundo eu sabia que só o que faria eu emagrecer era eu querer realmente. Mas eu não queria, meu prazer era comer. Minhas frustrações eu descontava tudo nos doces, nos sanduíches, refrigerantes.
Toda segunda-feira eu começava uma dieta nova. O meu problema é que não tinha força de vontade, porque eu estava sem amor próprio. Também teve um fator fundamental nisso tudo (que descobri através da terapia)... Eu queria que meu marido passasse a suprir toda a ausência do meu pai, mas ao contrário disso, eu me sentia meio "abandonada" por ele, e de alguma forma eu tinha que castigá-lo. A forma que encontrei foi me abandonar também... Parar de sonhar, de planejar... Deixar a vida me levar!
E assim, perdi o controle de tudo, principalmente da minha vida. Mesmo que todo mundo tenha culpa dos meus problemas, a maior culpada sempre será eu (obrigada terapia!)...
Aos 105 quilos, hoje, cansada de "você é linda de rosto" e depois de um baita baque de quando meu filho me contou que odiava um colega porque quando eles brigaram no futebol o garoto me xingou de "baleia"... Eu decidi voltar a tomar as rédeas da minha vida.
Nada mudou quanto as insatisfações pessoais, profissionais, deprês, preocupações, ansiedades e blá, blá, blá. Mas hoje eu sei que a mudança tem que vir de dentro.
Não é um corpo magro e bonito. É me amar. É tomar decisões. É não depender de ninguém, que não seja eu mesma, para ser feliz mais ainda.
Aos poucos vou contando o processo, as motivações, os medos, e todo os resto.
Obrigada por lerem! :-)
Bjs.