Sim, estou decidida. Vou mudar minha vida, Cansei de remédios, dietas, emagrece-engorda, academia até quarta. Cansei. Não foi uma decisão tomada do dia para a noite. Tive milhares de dúvidas. Pensei centenas de vezes. Pesquisei. Mudei de médicos. Pedi orientações a profissionais, amigos, médicos pessoais. Medo? Claro... faz parte!!! Mas estou decidida. Criei este blog à 29 dias da cirurgia, 14 de agosto de 2013, para tentar ajudar as pessoas que cogitam em fazer a cirurgia bariátrica.
Saiba como tudo começou clicando aqui...

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Não foi do dia pra noite

Divido minha vida em duas grandes fases: antes casamento e pós casamento. Entre essas duas fases existiram outras tão ou mais importantes, e extremamente marcantes, que foram quando eu fui mãe e quando meu pai morreu. Esses dois acontecimentos marcaram minha vida de uma maneira irreversível.
Ser mãe foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Nasci pra ser mãe. O meu melhor papel é o de mãe. Se sou boa em algo, esse algo é ser mãe... Mãe... Mãe!
Esse amor todo nasceu quando meu filho nasceu. Foi fulminante, quando olhei a primeira vez nos olhos do meu filho (não me sentia mãe quando estive grávida dele). Com a minha filha já foi um amor construído, planejado, mas não menos arrebatador.
Minha avó paterna teve uma dúzia de filhos, e eu sempre quis seguir seu exemplo. Ter uma casa cheia. Ter muitos netos. Um Natal animado. A "matriarcona"... Mas meu marido podou esse meu sonho, não que ele não queira mais filhos, mas porque sempre ele coloca uma condição para termos mais (temos visões muito diferentes sobre este "assunto"). E assim o tempo vai passando e eu não sou mais aquela garotinha de 20 anos que pode ter filhos como uma coelha.
Assim, quando percebi que não ia ficar grávida, começou a amadurecer em mim a ideia de emagrecer de verdade e definitivamente. Comecei a pesquisar, fuçar, perguntar.
Cirurgia bariátrica era algo muito distante da minha realidade, até porque sou muitoooo medrosa. Me dava falta de ar só de pensar em cortarem meu estômago. Se nas duas cesáreas eu já sofri muito, imagina uma cirurgia onde iam tirar uma parte de um órgão tão importante!!!
Mas ai começou a ser cada vez mais frequente o número de conhecidos e conhecidos de conhecidos que estavam realizando esta cirurgia. Até que um dia uma amiga do meu marido me adicionou no facebook. De início nem a reconheci se não fosse pelo nome. Estava linda!!! Muito diferente, magra, feliz... A chamei no chat e perguntei  que ela havia feito. Ela foi um amor comigo. Disse que havia feito a bariátrica, me explicou um monte de coisas, disse que não era "um bicho de sete cabeças", me indicou um médico e disse a frasezinha mágica: "foi a melhor coisa que fiz na vida". Foi meu start.
Dai procurei as outras conhecidas que também haviam feito, e todas me disseram a frasezinha mágica: "foi a melhor coisa que fiz na vida", "faria tudo de novo", "minha vida mudou completamente", "tudo vale à pena"...
Logo lá estava eu no médico que a Rê me indicou. Chegando na clínica Terenas, ainda pensei em desistir. Havia muitas pessoas bem mais obesas que eu. Realmente me senti magra lá. Quando o médico me atendeu, eu comecei: "Sabe doutor, eu estou um pouco acima do peso...", no que imediatamente ele me disse: "Me desculpe, mas você não está um pouco acima do peso, você está obesa!"... Fiquei em choque. Foi a primeira vez que alguém falou aquilo na minha cara. Caiu a ficha.
Sai de lá com um maço de solicitações de exames pré-operatórios, uma palestra sobre a cirurgia agendada, e já marquei a auditoria na Unimed. Sim, tudo já estava tomando forma. Isso foi em abril deste ano.
O problema era que pela Unimed Paulistana eu teria que esperar pelo menos 6 meses para fazer a cirurgia depois da autorização da auditoria do convênio, mas tudo bem, eu ainda teria que passar por outra cirurgia antes...
Em 2010 eu comecei a sentir uma dores difusas na barriga e estômago e resolvi marcar um gastro. Fiz endoscopia que acusou uma leve gastrite. Tratei, mas as dores não passavam, só aumentavam.
Um certo dia, senti uma dor tão forte na barriga que corri para o PA do Hospital São Camilo. O médico suspeitou de apendicite e fiz uma tomografia abdominal. Além de uma hérnia umbilical, eu tinha uma esteatose (gordura no fígado) e uma formação inespecífica na artéria esplênica (baço), mas nada preocupante. 
Passou um ano e nada das dores passarem, mudei de médico que passou uma nova tomografia. Dessa vez a formação inespecífica tinha um nome: aneurisma na artéria esplênica. Procurei um cirurgião vascular, por sinal, um excelente médico, dr. André Simi, e no dia 13 de maio desse ano operei no Sírio Libanês. Foi uma cirurgia tranquila, tomei a temível anestesia geral, mas perfeita. Dai perdi quase que todo o medo de cirurgias. A decisão já estava tomada.

Vidas da minha vida!


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